Vereador é preso por suspeita de 'rachadinha', em Goiás
- Carlos Peixoto
- 25 de ago. de 2022
- 3 min de leitura

Rones Kley da Silva foi presidente da Câmara Municipal até dezembro de 2021. Segundo a polícia, ele teria implementado um esquema para receber pagamentos indevidos de um escritório de advocacia.
Um vereador de Aragarças, no oeste de Goiás, foi preso por suspeita de "rachadinha". De acordo com a Polícia Civil, o parlamentar que foi presidente da Casa Legislativa até dezembro de 2021, Rones Kley da Silva, teria implementado um esquema criminoso para recebimento de pagamentos indevidos por parte de um escritório de advocacia. Vídeo mostra quando o vereador recebe parte do dinheiro.
Ao g1, a defesa do vereador afirmou que não irá se posicionar. Já a Câmara Municipal de Aragarças ressaltou que "o fato aconteceu na gestão da presidência do ano passado" e que a Câmara está colaborando com a Justiça. Também disse que "a empresa envolvida no fato com o vereador não possui mais contrato com a câmara" (leia nota na íntegra abaixo).
O parlamentar foi preso na quarta-feira (24), em sua casa. Além da prisão preventiva do vereador, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão: um na casa do vereador, na casa do filho desse vereador e outro na sede da Câmara Municipal de Aragarças.
O delegado responsável pelo caso, Cleybio Januário, explicou que o vereador em questão estaria solicitando vantagem de um escritório de advocacia contratado pela Casa Legislativa. Segundo a polícia, o esquema se iniciou em janeiro de 2021 e durou até os dias atuais. Ao todo, ele teria recebido do escritório o valor de R$ 4 mil por mês durante o ano de 2021 e cerca de R$ 2 mil durante o primeiro semestre deste ano.
“O advogado ofereceu a denúncia de que estaria sendo coagido a pagar valores mensais exigidos do então presidente da Câmara de Aragarças para a continuidade do contrato do escritório de advocacia”, explicou Cleybio.
Segundo o delegado, o responsável pelo escritório de advocacia teria apresentado os comprovantes de pagamento e um vídeo gravado por ele de um pagamento realizado na sede da Câmara (veja acima).
“O escritório de advocacia foi contratado por um valor de R$ 13,5 mil mensais no ano passado, e desses R$ 13,5 mil, R$ 4 mil eram em tese repassados todos os meses para o então presidente”, detalhou o delegado.
“Ele solicitava também R$ 2 mil reais para garantir o contrato desse escritório nas próximas administrações da câmara”, acrescentou.
A polícia ainda explicou que os demais vereadores citados pelo advogado serão ouvidos para saber se eles possuíam conhecimento sobre a negociação.
Além do cumprimento de prisão preventiva, a polícia explica que foi apreendida uma arma na casa do vereador, também motivando o auto de prisão em flagrante por posse irregular de arma de fogo ao mesmo parlamentar. O vereador deve responder pelo crime de concussão, podendo pegar de 2 a 12 anos de prisão.
Nota da Câmara Municipal de Aragarças na íntegra
“A Câmara Municipal de Aragarças por meio de sua atual presidente, esclarece que o fato ocorreu na gestão da presidência do ano passado, e que a atual Presidente da Câmara não está envolvida no fato e a Câmara está colaborando com a Justiça. A Câmara Municipal não teve acesso aos autos, mas somente a decisão da Juiza, porém as providências de competência interna já foram tomadas, e que a empresa envolvida no fato com o vereador desde o início do ano não possui mais contrato com a Câmara.”
Fonte: g1 Goiás.