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Em Goiás prefeito e servidores são afastados por supostas fraudes em licitações e diárias de viagens

Segundo a polícia, foram desviados R$ 3 milhões em licitações e R$ 2,5 milhões em diárias de viagens que não foram comprovadas. Delegado diz que grupo atuava há cinco anos na prefeitura.


O prefeito de Lagoa Santa, no sudoeste do estado, Adivair Gonçalves e mais sete servidores foram afastados das funções públicas durante a operação Andarilhos, realizada pela Polícia Civil na terça-feira (15). Eles são suspeitos de fraudar licitações e receber indevidamente valores de diárias de viagens que, supostamente, não foram feitas. Ao todo, 15 pessoas são investigadas e ninguém foi preso.


A reportagem tentou contato com o prefeito, mas não conseguiu. O advogado da prefeitura disse na terça-feira (15) que o político não vai se pronunciar. Os nomes dos demais investigados e alvos da operação não foram divulgados.

Segundo o delegado coordenador da operação, Cleybio Januário Ferreira, a investigação apurou que o suposto esquema criminoso desviou R$ 3 milhões em licitações firmadas com três empresas, todas ligadas ao prefeito da cidade. "O prefeito foi ouvido e disse que não tem comprovação das viagens e que não exigia dos servidores que comprovassem as diárias", explicou o delegado Cleybio Januário. Essas empresas são uma padaria, que recebeu R$ 105 mil, um supermercado e uma loja de materiais de construção, que teriam vencidos licitações no valor de R$ 3 milhões. O delegado explicou que a prefeitura não conseguiu comprovar que os produtos e serviços contratados foram prestados.


A polícia identificou também irregularidades no pagamento de diárias de viagens, que não foram comprovadas, no valor total de R$ 2,5 milhões. O delegado identificou que apenas o prefeito recebeu R$ 700 mil durante cinco anos.

"Ele registrava no sistema da prefeitura três viagens a Goiânia por semana. Recebia R$ 2,9 mil toda semana. Cada diária custava R$ 960 para o município e essa prática perdurou por cinco anos", diz Cleybio Januário.


A decisão de afastamento foi proferida pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, que determinou ainda o bloqueio de mais de R$ 5 milhões das contas dos investigados. Eles são suspeitos dos crimes de fraude a licitação, associação criminosa e peculato.

Investigação

O delegado Cleybio Januário explicou que investiga o grupo há quatro meses após receber uma denúncia anônima de um morador.

Na terça-feira, a operação cumpriu mandados de busca e apreensão na prefeitura da cidade e em casas dos servidores investigados e empresários. O celular do prefeito foi apreendido.

Segundo o delegado, o supermercado que venceu uma licitação pertence ao irmão do prefeito. Durante a investigação, não ficou comprovado que o comércio entregou os alimentos pagos pela administração municipal.

A padaria que venceu outra licitação funciona embaixo da casa do prefeito e, segundo o delegado, pertence ao político, mas participou do processo com o nome de outra pessoa, considerada "laranja" pela polícia.


"O município gastava R$ 500 mil por ano. Pagou 2,5 milhões em diárias. Eles começaram a fazer disso um salário. Lagoa Santa é o município que mais gasta dinheiro com diárias em Goiás. Houve abuso no pagamento", explica o delegado.

Durante o cumprimento dos mandados de buscas na casa de um dos investigados, a Polícia Civil encontrou duas armas de fogo - um revólver e uma espingarda. Por isso, o investigado foi autuado em flagrante por posse irregular de arma de fogo, que foi solto em seguida por pagar fiança.

Por: Giro da Revista- Do G1 GO.



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