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Em Goiás: operação resgata 116 pessoas em trabalho análogo à escravidão

Fazenda de coleta de palha para cigarro tinha alojamentos superlotados, pouca comida e pagava apenas R$ 5 por quilo


Uma ação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) terminou com o resgate de 116 pessoas que trabalhavam em condições análogas à escravidão, em Água Limpa de Goiás, a 300 quilômetros de Goiânia. O resgate aconteceu na última quarta-feira (21/10).

Os trabalhadores resgatados atuavam na coleta de palha de milho para a confecção de cigarros, popularmente conhecidos como palheiros. Eles recebiam apenas R$ 5 por quilo de palha coletada e ainda tinham o valor do equipamento de trabalho descontado.


Além da falta de remuneração, não havia produtos de higiene, os alojamento dos trabalhadores eram superlotados e a comida era oferecida em pouca quantidade. Cinco eram crianças e adolescentes.


“Muitos trabalhadores relataram trabalhar com fome e temendo ter um mal súbito”, relatou o auditor-fiscal do trabalho Marcelo Campos.

Segundo o MTE, as vítimas eram aliciadas em São Paulo, Minas Gerais, Maranhão e Piauí. Na empresa não havia medidas para combater a covid-19 e muitos trabalhadores tinham sintomas gripais. Alguns tinham lesões nas articulações, por causa de movimento repetitivo.


Punição

A fazenda e a empresa responsável pela coleta de palha foram notificadas para alojar os trabalhadores em locais dignos até as verbas salariais e rescisórias serem pagas. A empresa terá que pagar uma quantia de quase R$ 903 mil de direitos trabalhistas atrasados.

Os trabalhadores resgatados vão receber seguro-desemprego, que na prática são três parcelas de um salário mínimo cada. Eles também terão seu estado de saúde analisado.

A operação contou com apoio da Polícia Rodoviária Federal, da Defensoria Pública da União e do Ministério Público do Trabalho.




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