Governo de São Paulo anunciou início da vacinação para 25 de janeiro. Porém, Ministério da Saúde diz que imunização deve seguir um plano nacional, que ainda não teve data de início divulgada.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), disse nesta segunda-feira (14) que João Doria (PSDB), governador de São Paulo, usa a vacina contra Covid-19 para ter apoio nas eleições de 2022. O goiano, que é contra planos estaduais independentes, afirmou que estipular uma data de início para a imunização é uma “atitude mesquinha”.
"É uma atitude mesquinha. Não se pode dizer que eu [falando como se estivesse no lugar de Doria] começo a vacinação no dia 25, eu sou governador de São Paulo, eu vou escolher quais são os governadores e prefeitos que façam consórcio comigo, se me apoiarem em 2022 para presidente da República, aí eu libero a vacina. Isso é indefensável, desumano. Não sei quem pode ter tido a ideia de fomentar isso na cabeça do governador João Doria", disse Caiado. A declaração ocorre dias após Doria afirmar que ao menos dez estados solicitaram a vacina CoronaVac - aposta do governador contra a Covid-19. A dose é desenvolvida pelo Instituto Butantan, ligada ao governo de SP, em parceria com um laboratório da China. Por enquanto, nenhuma vacina foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Caiado também afirmou que é preciso parar com a disputa entre governo federal e estado. “Essa divisão de Brasil com vacina e Brasil sem vacina, essa corrida maluca é que precisa ser dado um freio de arrumação imediato para que coloque ordem na casa, para que se diga que a Política Nacional de Imunização é federal, é do Ministério da Saúde. A distribuição será feita de acordo com os grupos de risco em cada um dos estados. Cada estado vai se incumbir de fazer a distribuição de acordo com as necessidades dos municípios”, disse em entrevista à GloboNews. O governo federal entregou na última sexta (13) um plano nacional de imunização ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas não definiu o cronograma para aplicação. O Ministério da Saúde tem, agora, 48 horas para informar as datas de início e término da vacinação contra a Covid-19. Embate sobre a vacinação Em 7 de dezembro, João Doria, anunciou que vacinação contra o coronovaríus no estado deve começar em 25 de janeiro de 2021. Após o anúncio do plano, o governo do presidente Jair Bolsonaro se movimentou para comprar as vacinas produzidas pela Pfizer/BioNTech e chegou a prever um início da imunização já em dezembro — o que, no entanto, será muito improvável de ocorrer por causa do pedido tardio ao laboratório. A Pfizer disse que teria condições de fazer entregas em janeiro. Governadores se dividiram entre os que apoiam a medida de Doria e já fecharam acordos de compra das doses e os que cobram do governo federal uma definição sobre o plano de vacinação. Na última semana, aconteceu uma reunião entre representantes dos estados e o ministro Eduardo Pazuello, mas não houve a divulgação do calendário. Novas reuniões entre o titular do Ministério da Saúde e os governadores, divididos por regiões, devem acontecer nesta semana. Para o governador de Goiás, a atitude de Doria de estipular de maneira independente o calendário de vacinação no estado gera um sentimento de desgaste na população. "Você não pode dar um sentimento que você vai iniciar São Paulo dia 25 porque não tem autorização da Anvisa e de nenhuma agência internacional. Isso é populismo, demagogia. Isso é criar o sentimento que o restante do país estaria excluído de um programa nacional de vacinação. Você não pode dar um sentimento que você vai iniciar São Paulo dia 25 porque não tem autorização da Anvisa e de nenhuma agência internacional. Isso é populismo, demagogia. Isso é criar o sentimento que o restante do país estaria excluído de um programa nacional de vacinação", afirmou.
Caiado afirmou na última sexta-feira (11) que o governo federal deve editar uma Medida Provisória para "tratar da centralização e distribuição igualitária das vacinas", além de requisitar todas as vacinas contra o coronavírus.
Mais tarde, o Ministério da Saúde disse que em nenhum momento se manifestou sobre confisco ou requerimento de vacinas adquiridas pelos estados.
Compra da vacina
Em outubro, o ministro da saúde, Eduardo Pazuello, chegou a anunciar, em uma reunião virtual com mais de 23 governadores, a compra do imunizante. Mas, menos de 24 horas depois, a aquisição foi desautorizada pelo presidente Jair Bolsonaro.
Em 1° de dezembro, o governo federal divulgou a estratégia "preliminar" para a vacinação dos brasileiros. Naquele calendário apresentado, a CoronaVac não foi citada pelo Ministério da Saúde.
No dia seguinte, a Anvisa disse que irá aceitar que empresas desenvolvedoras de vacinas contra a Covid-19 solicitem o "uso emergencial" no Brasil e divulgou os requisitos para o pedido.
Por conta dos embates políticos, o governo de São Paulo oficializou o programa de vacinação estadual, que será realizado sem apoio do governo federal. Por: Giro da Revista- Da agenciabrasil.
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