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Bolsonaro critica decretação de toque de recolher: “É inadmissível”

Governador Ibaneis Rocha decretou toque de recolher nas ruas do Distrito Federal, das 22h às 5h, a partir desta segunda-feira


Foto: Divulgação

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou, nesta segunda-feira (8/3), o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), pela decretação do toque de recolher na capital federal.

“Eu lamento os fechamentos indiscriminados, como estou vendo hoje, estou sabendo aqui em Brasília, toque de recolher. Isso é uma afronta, isso é uma coisa inadmissível o que está acontecendo”, disse ele em entrevista à CNN Brasil ao chegar ao Palácio da Alvorada.


O governador decretou, a partir desta segunda-feira (8/3), toque de recolher nas ruas do Distrito Federal, das 22h às 5h. A medida ocorre após a lotação dos leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) na rede hospitalar da capital da República. De acordo com o decreto, haverá multa de até R$ 2 mil por descumprimento.

“Enquanto as UTIs estiverem com lotação máxima, precisaremos apertar as medidas de isolamento para diminuir o contágio e a consequente pressão sobre os hospitais”, afirmou Ibaneis ao Metrópoles.

Bolsonaro, que é crítico das medidas que restringem a circulação de pessoas, disse que o lockdown gera pobreza. “O lockdown deixa mais pobre quem já é pobre. Então, quero criticar sim a decisão do governador de Brasília, porque sou cidadão e moro em Brasília”, completou.

A medida, adotada em vários países do mundo, é defendida por infectologistas e autoridades sanitárias de várias regiões como forma de conter a propagação do vírus.

“O lockdown leva sim ao desemprego e vai levar à fome, à miséria. Peço a Deus que esteja errado, mas pode levar à violência e a ações que há muito tempo não assistimos aqui no Brasil. Não é uma política equivocada não, é errada essa política de lockdown. Saúde e economia têm que andar de mãos dadas.”

O chefe do Executivo federal também afirmou que gostaria de ter poderes para decidir sobre o fechamento do comércio. No início da pandemia, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que cabe a governadores e prefeitos definir medidas de isolamento social, fechamento do comércio e outras restrições de circulação.

“Eu lamento que o Supremo tenha decidido lá atrás, como sendo concorrente dessas decisões”, disse Bolsonaro. “Com todo o respeito que tenho pelos Poderes aqui no Brasil, não pode em município um prefeito com menos de mil eleitores ter mais poderes que o presidente da República, que tem mais de 58 milhões de votos.”



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