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Autista é espancado por seguranças durante sessão de Deadpool no DF



Um adolescente de 14 anos que possui transtorno do espectro autista (TEA) foi agredido por seguranças do shopping Píer 21, em Brasília, após tentar assistir a um filme que tem classificação indicativa de 18 anos na última sexta-feira (16/8).


Segundo relato do pai do adolescente, o garoto (foto em destaque) queria assistir a Deadpool & Wolverine. Ciente de que o filme é para maiores, ele tentou entrar na sessão informando à equipe do cinema que seus pais estavam presentes. Ele, porém, não foi autorizado (a liberação de menores acompanhados de maior responsável é restrita a quem tem mais de 16).


O pai afirma que o menino aceitou, e os três, então, seguiram até a bilheteria para trocar os ingressos por outro filme. No entanto, ao encontrar colegas de escola que, segundo o pai, têm a mesma idade e conseguiram acessar a sala de Deadpool & Wolverine, o garoto decidiu tentar assistir ao filme de qualquer maneira.


O adolescente pulou um pequeno muro e entrou na sala de cinema. Ele foi flagrado pelos funcionários, que acionaram a segurança do shopping. “Os três seguranças chegaram primeiro e foram para cima dele. Meu filho levantou da cadeira e disse: ‘Não vem’. Mas eles foram para cima”, contou.


“Ele saiu correndo, e um segurança o agarrou. Isso para um autista é uma forte agressão. Nem eu, pai, muitas vezes ele não gosta que eu o agarre. Imagine um estranho. Nesse momento, para se defender, meu filho revidou a agressão e bateu no segurança com o chaveiro com a chave de casa.”


De acordo com o pai, o menino foi jogado no chão do cinema e bateu a cabeça. “O segurança imobilizou meu filho no chão, apoiou os dois joelhos nos braços dele, começou a socar várias vezes a cara e a boca do meu filho.”


O pai, que estava na porta do cinema, não notou a confusão. Ele foi chamado e entrou na sala. “Meu filho estava no chão, todo ensanguentado, com o segurança em cima dele. Tivemos que chamar os bombeiros para atendê-lo.”


O adolescente foi levado ao hospital, onde passou por uma tomografia para verificar possíveis danos. Ele posteriormente foi encaminhado para passar por exame de corpo de delito.

O caso foi registrado na Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), e a família afirma estar tomando medidas legais contra os agressores.


“Meu filho está extremamente traumatizado. Está tendo pesadelos, flashbacks, e começa a chorar do nada. Estamos correndo atrás de consultas de emergência com a psiquiatra e a terapeuta dele”, disse o pai.

O Metrópoles procurou o shopping Píer 21 para prestar esclarecimentos, mas ainda não obteve o retorno. A empresa Griffo, responsável pela segurança do shopping, também foi procurada, mas ainda não respondeu. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.

Fonte: metropoles.

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