Névele Menezes, de 37 anos, ficou 41 dias internada em uma UTI particular de Goiânia. Irmã conta que toda a família pegou a doença. O pai dela, de 63 anos, foi internado no mesmo dia que ela e recebeu alta sem saber que era avô novamente.
A advogada Névele Menezes Lima Santana, de 37 anos, morreu de coronavírus 17 dias após um parto de emergência e sem conhecer a filha. Ela ficou 41 dias internada em Goiânia. Aline Lima, irmã dela, contou que a família toda contraiu a doença.
Névele foi internada grávida em um hospital particular no dia 20 de março. Ela estava com sete meses de gestação quando o quadro se agravou. Foi quando os médicos fizeram o parto de emergência para salvar a bebê, em 13 de abril. A advogada morreu na última sexta-feira (30).
Névele deixa o marido, o empresário Danilo de Castro Santana, a filha recém-nascida e um filho de 9 anos. A bebê está intubada, até este domingo (2), em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal para crescer e ganhar peso, sendo acompanhada pela família.
"A gente está muito abalado. O esposo dela não está em condições de falar. A gente está tentando retomar a rotina do filho mais velho, que tem síndrome de Down e era muito apegado a ela", desabafa a irmã.
Covid-19 na família
A irmã contou que Névele era saudável e não tinha doenças preexistentes. De acordo com a família, no início da Covid-19, a advogada sentiu febre e dificuldade de respirar. A saturação do oxigênio no sangue caiu, e ela foi internada assim que procurou atendimento médico, em 20 de março.
"A doença evolui de forma diferente em cada pessoa. Quando ela piorou e os médicos nos ligaram, entendemos que era a hora de se despedir dela. Minha irmã era muito feliz e isso pegou todo mundo de surpresa", lamenta.
Segundo a irmã, a família toda contraiu a doença. Alberto Vanir de Lima, de 63 anos, pai dela, foi internado no mesmo dia que a advogada, chegou a precisar de UTI, mas se recuperou e recebeu alta no dia 17 abril.
"Ela teve uma melhora boa depois de algum tempo na UTI. Porém, piorou bruscamente na semana que antecedeu a morte, de maneira que deixou os médicos sem entender o que estava acontecendo", relatou a irmã.
O pai delas ainda faz tratamento contra as sequelas da doença e usa oxigênio em casa. A mãe, Socorro Menezes Lima, teve 40% dos pulmões comprometidos, mas não precisou de internação.
Homenagens Antes de retornar a Goiânia, Névele trabalhou na Procuradoria-Geral do Estado do Tocantins. Ela atuou na Subprocuradoria do Patrimônio Imobiliário, como assessora do procurador-geral do estado e também assessorou outros procuradores no órgão. O procurador-geral do Tocantins, Nivair Vieira Borges, publicou uma nota de pesar pela morte da advogada. "Neste momento de profunda tristeza, a Procuradoria-Geral do Estado externa solidariedade e conforto ao esposo, filhos, demais familiares e amigos", escreveu o procurador-geral. A Ordem dos Advogados de Tocantins (OAB-TO), onde ela tinha registro profissional, também lamentou a morte: "O amor faz eterno o legado de quem o pratica. É assim que todos iremos recordar da bondade deste coração que marcou a vida de todos que tiveram a oportunidade de compartilhar de sua presença". "Toda a advocacia tocantinense faz questão de ressaltar o orgulho que foi tê-la em seus quadros, especialmente aos seus filhos e ao seu esposo. Neste momento de dor imensurável, rogamos a Deus que console os corações de família, amigos e de todos que hoje choram a sua partida", completa a nota da OAB-TO.
Por: Portal Forte News **Com informações do G1 Goiás.
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